Pisquei-te o olho, mas era um jogo de fantasmas num vasto tabuleiro de peças desconhecidas que "conheço" há muito.
Avancei a torre e logo o cavalo fugiu com a amazona para longe... muito longe. Então, decidi sacrificar os peões. Mas estou cercado porque os bispos não me deixam...
A rainha veste de negro. Mira-me, em ar de desafio. Sei o que quer e não caio na teia. O meu jogo é outro. Utopia de amanhã. Quero montar o cavalo da coragem, mas ainda não sou livre. A espera vai ser fatal.
Xeque ao bispo!
Avanço pela certa neste jogo de um só rei. Pincelada aqui, retoque ali, está quase pronto o retrato. Já não reconheço a outra no retrato que mudou.
Foge enquanto é tempo. Foge se tens o tempo contigo. O jogo é longo e a viagem mergulhou pelo universo adentro. Um jogo incoerente com desejos frustrados de poetas malditos, criadores de sonhos e deixando outros sonhos a morrer.
Xeque à rainha! O jogo está a chegar ao fim.
Foge amazona. Solta os cabelos ao vento. Foge enquanto é tempo. Foge que não há futuro neste deserto que te encantou. Monta o cavalo alado e deixa-o ir, universo adentro. Não olhes para trás, mas sonha todos os dias comigo (1)!
(1) Adeus, utopia
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