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Para
lá dos sentidos vive um outro ser que os meus olhos não alcançam. Fala-me de
si, mas a voz perde-se no vazio envolvente. Toca-me ao de leve e sinto
o frio da sua presença. O seu odor distante lembra-me o sabor a desencanto dos
morangos silvestres.
És tu!
Adivinho a tua angústia quando chamas por mim e não te oiço, abraças-me e olhas as mãos vazias. Quando me vês sorrir e o sorriso te trespassa cheiras o corpo impuro que te sabe a frustração. Também desespero. Não sei como és ou se és!
Mas a maior tragédia é saber que existes e estás perto e não ver o teu olhar ou isso de olhos. Cheirar o teu corpo pútrido de rosa em botão que não és. Sentir os espinhos cravados fundo e sentir na carne a dor que mente.
Bem mais trágico é o meu destino de mortal. Inventar olhos tristes. Sonhar o teu corpo apetecido. Descobrir-te onde não estás.
Por vezes a esperança acende uma luz ténue no meu mundo cego.
Porque julgo que és tu, hesito... corro... hesito e os sentidos atropelam-se. Oiço, vejo, toco, cheiro, corro... hesito... corro. Provo a tua substância ausente. Oiço o teu sussurrar selvagem, rendida pela voragem do orgasmo.
No meu mundo absurdo as mãos percorrem, ávidas, a colina que adivinho serem os teus seios generosos de um corpo mais gostoso que o luar dos teus olhos. Mais gostoso, bem mais gostoso que os morangos silvestres que sabem apenas a morangos.
És um corpo gostoso. Mas frio…
És tu!
Adivinho a tua angústia quando chamas por mim e não te oiço, abraças-me e olhas as mãos vazias. Quando me vês sorrir e o sorriso te trespassa cheiras o corpo impuro que te sabe a frustração. Também desespero. Não sei como és ou se és!
Mas a maior tragédia é saber que existes e estás perto e não ver o teu olhar ou isso de olhos. Cheirar o teu corpo pútrido de rosa em botão que não és. Sentir os espinhos cravados fundo e sentir na carne a dor que mente.
Bem mais trágico é o meu destino de mortal. Inventar olhos tristes. Sonhar o teu corpo apetecido. Descobrir-te onde não estás.
Por vezes a esperança acende uma luz ténue no meu mundo cego.
Porque julgo que és tu, hesito... corro... hesito e os sentidos atropelam-se. Oiço, vejo, toco, cheiro, corro... hesito... corro. Provo a tua substância ausente. Oiço o teu sussurrar selvagem, rendida pela voragem do orgasmo.
No meu mundo absurdo as mãos percorrem, ávidas, a colina que adivinho serem os teus seios generosos de um corpo mais gostoso que o luar dos teus olhos. Mais gostoso, bem mais gostoso que os morangos silvestres que sabem apenas a morangos.
És um corpo gostoso. Mas frio…

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