segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Já não estou...


Onde estão as juras de amor eterno que trocámos, os sonhos que não vivemos e os teus olhos tristes quem os levou?
E se um dia, por muitos dias, os teus olhos tristes voltarem da longa viagem que os levou...?
Neste dia que foi ontem e é hoje (quantos são hoje?) já não te revejo. Nem te amo tanto como naquele grande amor que me tomou. Porque ontem foi ontem e já passou.
Estou livre como as águas que correm para o mar. E sabes o que isso significa. Já não importa o amor que vivemos ontem num braço do meu rio que tardou em chegar à foz.
Não quero voltar ao tempo dos fantasmas de olhos tristes. Nem quero ter saudades e mais saudades como aquelas que estão guardadas em baús de recordações.
Ah!, que bom é estar no dia de hoje! Separaram-se as águas e até parece que vou ser outra vez feliz.
Onde estão as juras de amor eterno? E o nosso mundo...?
Mal um sonho se ia no fado que o carregava, logo outro espreitava com as mesmas mensagens de esperança. Filtros de amor. Promessas que o vento sul levava para longe. E mais outro sonho que vivia. E ainda outro. Sempre outro até ao dia de hoje.
Basta!
Antes ser cadáver na escuridão da tumba onde o tempo é nada. Já não quero saber das promessas. Vou esquecê-las. 
Venham os vermes comer o que resta do festim.
Não me importa ser comido pelos vermes ou devorado pelo fogo. Vou deixar o fio do tempo fazer o seu trabalho. Boa ideia.
Porque hoje é o dia de hoje e nesse tempo já não estou!



Sem comentários:

Enviar um comentário