segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Que bom que é!




"Que bom que é estar à mesa do café e não fazer nada..."
Benditos sejam o tédio 
e a força de não ser! Pai Nosso reza por mim pecador nas horas vazias.

"Que bom que é estar à mesa do café sem sinais de presença." 
Sentir o pensamento soltar-se na escuridão
dos neurónios que tanto sangraram no desejo de não existirem!
 
"Que bom que é fugir da perfeição, desligar os neurónios." ser corpo de luz ou isso, poder agarrar o futuro
que não terei. Quem roubou o meu amanhã?, se fui eu o meu próprio ladrão...
Há tantas galáxias a fugir outras tantas a nascer! E eu que nunca nasci, quantas vezes me vi a morrer?
Como encontrar-te?, se ainda ontem te vi a beber cicuta que te matou, abraçando o tédio, seres muitos eus e nunca tu.
Se um dia tiver a força que tiveste e que nunca foi tua, prometo falar "contigo e contigo" à mesa do café  onde nada e tudo se faz e o absurdo da ausência acontece, para enfim continuar a obra oculta que não quiseste assumir...
 


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