SEXTA-FEIRA, 17 DE OUTUBRO DE 2008

Hoje à noite, logo a seguir ao jantar, saí de casa com um objetivo primário, aquele que arrasta multidões para os estádios, televisões e rádios, e fazem soltar as emoções mais primitivas e as apreciações cegas, ao gosto clubista. Também não me posso demarcar dessas mesmas emoções, uma vez que tenho os meus gostos clubistas. Quanto às raízes, já não existem. Nos anos oitenta deixei de ser fã quase incondicional do Belenenses e, aos poucos, sem dar por isso, tornei-me irracionalmente adepto de outro clube. Virei a casaca. Única ligação lógica: o azul...
Escolhi um café de ambiente pouco ortodoxo, a começar na assistência, a passar pelo dono que desligou a máquina registadora pouco depois das nove, continuando a servir aos clientes, adeptos incondicionais e inflamados do Benfica, principalmente cerveja, sandes e café, e a terminar em dois agentes da polícia, obviamente fardados, que entraram, sentaram-se e comeram um petisco que não consegui identificar porque ficaram na mesa atrás de mim. Centrei a atenção na segunda parte do jogo e vi o Benfica crescer e chegar ao empate, para gáudio dos fervorosos adeptos.
Escolhi um café de ambiente pouco ortodoxo, a começar na assistência, a passar pelo dono que desligou a máquina registadora pouco depois das nove, continuando a servir aos clientes, adeptos incondicionais e inflamados do Benfica, principalmente cerveja, sandes e café, e a terminar em dois agentes da polícia, obviamente fardados, que entraram, sentaram-se e comeram um petisco que não consegui identificar porque ficaram na mesa atrás de mim. Centrei a atenção na segunda parte do jogo e vi o Benfica crescer e chegar ao empate, para gáudio dos fervorosos adeptos.
Tive que seguir o desenrolar do jogo com a chamada “bola muito baixa”, não fosse entretanto arranjar algum berbicacho. Os ânimos começaram a exaltar-se porque o árbitro estava a favorecer o Porto e os seus jogadores eram umas bestas, etc e tal. O pior veio no fim do jogo, quando o Porto desempatou. Levantei-me de imediato e ala que se faz tarde. O resto do pessoal ficou ainda a afogar as mágoas na cerveja, porque o vinho tinto deixou de desempenhar o papel principal e a discutir a discutível injustiça do resultado.
Quando passava em frente à igreja daquele sonho em que vi a Maria, envelhecida e às portas da morte, lembrei-me dela e do destino que não tivemos.
Talvez nunca venhas a ler estas palavras. Ficarão guardadas numa garrafa virtual que vai atravessar o oceano imenso onde guardo todos os meus segredos de sonhos fracassados. Um dia, alguém vai encontrá-la, lê-la, talvez rasgá-la. É o fim natural da existência de uma vulgar mensagem com “palavras que nunca te direi”.
Fui um porto de abrigo para ti, podes crer. Se não me tivesses repelido naquela tarde em que fui procurar-te ao emprego, e tive quase a certeza que a tua vida era só quase solidão, talvez que uníssemos as nossas desgraçadas solidões!
Antes assim...
Maria... Ainda lês as utopias que escrevi só para ti?
Este, póstumo, aposto que nunca o leste!
Quando a utopia se esvair em lágrimas de sangue fatal e levar para longe os sonhos perdidos, já não tenho motivos para te recordar. Isto se conseguir.
As utopias que escrevi e ficaram esquecidas no baú que guardou as saudades do amor azul jamais virão à luz.
E se acaso te lembras de mim, do que fui para ti e que usaste, desengana-te que não volta a acontecer.
lEstou longe do teu mundo e vou gritar para quem me ouvir que a utopia já morreu porque nunca chegarei ao tempo em que as utopias se realizam. Sou mortal.
Quando passava em frente à igreja daquele sonho em que vi a Maria, envelhecida e às portas da morte, lembrei-me dela e do destino que não tivemos.
Talvez nunca venhas a ler estas palavras. Ficarão guardadas numa garrafa virtual que vai atravessar o oceano imenso onde guardo todos os meus segredos de sonhos fracassados. Um dia, alguém vai encontrá-la, lê-la, talvez rasgá-la. É o fim natural da existência de uma vulgar mensagem com “palavras que nunca te direi”.
Fui um porto de abrigo para ti, podes crer. Se não me tivesses repelido naquela tarde em que fui procurar-te ao emprego, e tive quase a certeza que a tua vida era só quase solidão, talvez que uníssemos as nossas desgraçadas solidões!
Antes assim...
Maria... Ainda lês as utopias que escrevi só para ti?
Este, póstumo, aposto que nunca o leste!
Quando a utopia se esvair em lágrimas de sangue fatal e levar para longe os sonhos perdidos, já não tenho motivos para te recordar. Isto se conseguir.
As utopias que escrevi e ficaram esquecidas no baú que guardou as saudades do amor azul jamais virão à luz.
E se acaso te lembras de mim, do que fui para ti e que usaste, desengana-te que não volta a acontecer.
lEstou longe do teu mundo e vou gritar para quem me ouvir que a utopia já morreu porque nunca chegarei ao tempo em que as utopias se realizam. Sou mortal.
Trata de ser feliz.
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