«Vou colher-te, flor do meu jardim. Pobre de ti que não gritas, que não foges. Estou obcecado pelo odor das tuas pétalas rubras e não vejo as lágrimas que escorrem pelo teu rosto quando vem o Sol nascente.»
«Tens pena de mim. Para quê essa tesoura...?»
«O que vejo são gotas de orvalho, grito abafado de desamor, ou o receio de seres colhida?»
«Adivinha.»
«Mas vou colher-te. Quero que sejas minha. Amo-te muito, rosa rubra! Não sabias? Tens que ser minha...»
«Mas vou colher-te. Quero que sejas minha. Amo-te muito, rosa rubra! Não sabias? Tens que ser minha...»
«E amanhã, quando tiveres as mãos cheias de pétalas que já perderam o odor?»
«Não interessa o amanhã. Eu sou assim. Mesmo que odeie a vontade obsessiva que tenho de colher-te e adivinhe o desespero de amanhã jazeres prisioneira numa jarra estreita da minha coleção, não volto atrás.»
«Tu és crepúsculo e sou eu viçosa...» Diz, baixinho, a medo.
«Mesmo crepúsculo eu sou eterno, rosa rubra!»
«Tu és crepúsculo e sou eu viçosa...» Diz, baixinho, a medo.
«Mesmo crepúsculo eu sou eterno, rosa rubra!»
«Para quê ser tua hoje, uma flor que só dura um dia?»
«Vou colher-te hoje, mesmo que amanhã já não sejas minha!»
«Mas...»
«Desculpa. Eu sou assim.»
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