
Onde estão as juras de amor eterno que ontem trocámos, os sonhos que nunca vivemos e os teus olhos tristes, porque Ele os levou?
Tudo o passado enterrou. Só questiono a tua partida repentina. Questiono por questionar porque o inevitável já sabemos o que é.
E se um dia os teus olhos tristes voltarem da longa viagem que os levou,
nesse dia (quantos são hoje?) que foi ontem já não te revejo nem talvez te amo como a forma daquele grande amor que nos tomou.
Hoje estou livre. O meu rio que não quer chegar à foz diz-me que não há fantasmas do passado, nem saudade. Não sei. Revolvo o baú das nossas recordações e só encontro poeira de ilusões. Tudo ruiu. Não há remédio. Podes continuar na tua viagem através desse céu constelado de estrelas perdidas, que eu ainda vou ficando por aqui.
Ah!, mesmo sem ti, que bom é estar por cá no dia de hoje!
Separaram-se as águas e parece que finalmente vou outra vez ser feliz. Feliz. Uma força de expressão. A felicidade não é senão um estado de alma que nem sequer é permanente, que acontece quando menos se espera, que se volatiliza sem avisar. Ser feliz é continuar por cá.
Agora, a propósito ou não a propósito, ainda hoje me lembro das juras de amor eterno que então fizemos, dos castelos no ar que construímos e se fizeram em espuma. Paradoxalmente, uma espuma que o tempo nunca apagou.
Hoje é o dia de hoje e vou ficando por aqui. Mas gostava de saber onde estão as promessas que fizemos e que esquecemos. Como foi que esqueci. E também porque te esqueceste de lutar contra aquela mulher que me afastou de ti num devaneio que durou pouco mais de um mês.
Foi magia ruim que nos fizeram?
Coisas entre Deus e o diabo não me meto nelas. O melhor é fazer de conta que te esqueci e continuar a navegar no meu rio que teima em fazer meandros e mais meandros para atrasar o tempo de chegar à foz.
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