Hoje
vi-te naquela casa grande perdida na multidão que procura desesperadamente Cristo nos cânticos programados de palavras
exatas nos possessos de Satã que o
Pastor liberta. Vi-te naquela casa alegre de cânticos alegres que pareciam mover
montanhas. Não sei quem me chamou, mas estava ali no momento certo para ver os possuídos já sem as marcas de Satã e a saída dos crentes sem sinais de pecado e com a esperança estampada nos rostos sofridos.
E foi no meio desse estranho grupo, quase doutro mundo, que te falei de portas fechadas e sonhos destruídos. “Já não vale a pena.” Diziam os teus olhos escondidos atrás de uns óculos escuros, talvez com uma lágrima rebelde. Os óculos não deixavam ver a verdade do tempo sem tempo. A nossa verdade.
Quando te vi triste quis dizer-te tanta coisa! Perguntar-te, por exemplo, “onde moras, se por acaso não moras no meu coração”. Quis saber também porque choravam os teus olhos. Se por acaso choravam no meu coração.
Quando te vi triste quis dizer-te tanta coisa! Perguntar-te, por exemplo, “onde moras, se por acaso não moras no meu coração”. Quis saber também porque choravam os teus olhos. Se por acaso choravam no meu coração.
Esboçaste um sorriso forçado e encolheste os ombros. Como interpretar? Não descobri e afastei-me discretamente.
Mais tarde, quando saí daquela casa grande e mergulhei no negrume da noite ressoavam ainda nos meus ouvidos as vozes alegres dos convertidos, os gritos enraivecidos talvez de Satã e os cânticos programados que falavam de um outro amanhã, incerto só para nós, os não convertidos. E apesar das promessas escutadas, dos cânticos alegres e da esperança estampada nos rostos dos convertidos, parti amargurado para a noite, minha companheira fiel de todos os dias. Para trás ficou a dúvida. Dúvida que persiste.
Ainda hoje continuo sem saber onde moras, e se ontem, por acaso, ainda moravas dentro do meu coração!
Ainda hoje continuo sem saber onde moras, e se ontem, por acaso, ainda moravas dentro do meu coração!

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