domingo, 22 de julho de 2018

Obsessivamente


Esta irresistível obsessão que me leva à descoberta, por caminhos obscuros, do sonho azul que ainda mora cá dentro...
Esta irresistível obsessão que me conduz ao teu encontro, um grande lago de águas paradas, onde moras, longe do coração e muito perto do ódio que retribuo com mágoa por teres partido muito cedo...
Obsessivamente és o último mistério que vou desvendar, se for verdade que tens olhos tristes e choras com pena de não me teres...
Obsessivamente cansado de procurar o teu mundo que me escapa em cada cortina que rasgo e parede de betão que surge para logo te esconderes atrás...
Obsessivamente destruído por me teres roubado a liberdade de ultrapassar o imaginário cercado e partir para outras auroras...
Obsessivamente desencantado de rever os teus olhos tristes de ontem e de saber que eles já não vertem lágrimas no mundo escuro onde te escondes...

Obsessivamente sonhando que és o meu anjo-da-guarda, sonho também que esperas obsessivamente por mim do outro lado da porta...
Obsessivamente invisível, ris, no escuro, do desejo obsessivo e fatal de querer encontrar os teus olhos que não choram por mim, porque não consta que vingança e ódio sejam o mesmo que amor...
Obsessivamente o desejo obsessivo de te esquecer, é o fim obsessivo de acreditar que não tens olhos tristes e não podes ser a verdade que
procuro...
Obsessivamente és a história interminável de amor e ódio que revejo todos os dias...

Obsessivamente...

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