Querias
voar, mas eu protegi-te sempre. Disse-te que não. Que era impossível. Não
conseguias voar. Comigo tinhas tudo. Com o teu sonho perdias tudo.
E tu que fizeste?
Teimaste. Disseste
que sim. Que podias voar. No espaço que era imenso. Em qualquer espaço. Longe do
meu mundo. Das minhas asas. Em plena liberdade.
Ainda
insisti. Voltei a dizer que não. Que te perdias. Que não conseguias voltar. Mas
tu insististe outra vez. A ânsia de partir era tanta que até disseste que não
querias voltar.
Então não
tive outra hipótese senão cortar-te as amarras. Deixei-te partir, mesmo sabendo
que nunca mais voltavas. E foste. Sem mim. Com o sonho que permitia tudo. Até
a uma ave sem asas poder voar.
Devia
ter-te acorrentado porque não sabias voar, ou acorrentar os meus sentimentos e
ensinar-te a voar?
Só sei que, do
chão, vi o teu rosto sorrir. Livre. Solta. Feliz. Voando com as tuas asas rumo à liberdade.
E que destino era
esse para uma ave sem asas que queria voar?
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